terça-feira, 16 de outubro de 2012

Anencefalia

ANENCEFALIA

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião
mediúnica da noite de 11 de abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da
Redenção, em Salvador, Bahia, quando os Ministros do Supremo Tribunal de
Justiça, julgavam do aborto do anencéfalo, em Brasília DF)



Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem
que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma
programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.

De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito,
como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas
apresentem-se.

O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o
conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas,
transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.

Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de
vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve
submeter na sucessão do tempo futuro.

Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em
forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa
elaborada e transata proposta evolutiva.

Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos,
que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações
exteriores.

Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as
imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em
incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem
espiritual, da sua imortalidade.

Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções
compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista,
atado às paixões defluentes do egotismo.

Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção
espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem
motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.

Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se
encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como
frustrantes, perturbadores, infelizes...

Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o
otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda
jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a
responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às
circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo
desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o
degrada, entre os quais o nefando suicídio..

Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é
praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios,
de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...

Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados
tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros
aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.

É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida,
portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.

Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos
do órgão cerebral.

Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.

Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano,
o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso
central…

Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o
renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.

Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em
relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados
normais pelo conhecimento genético atual...

Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos,
que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado
da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.

Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência
terrível.

Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou
da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele
Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de
reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.

Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo,
facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a
legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.

...E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos
crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no
vasto processo de crescimento intelecto-moral.

Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas
dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando,
na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos
mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de
sociedade...

A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o
ser humano torna-se descartável.

As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por
crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando
nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na
cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem
deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.

Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo
selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?

O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de
hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas,
sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a
respeitar a vida…

Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te
sem palavras a oportunidade de redimir-se.

Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando
depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência,
perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como
acontece amiúde, se também o matarias?

Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a
eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se
alega no caso da anencefalia.

Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e
de felicidade.

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